Chris Cole, hoje é uma pessoa deveras interessante pelo que descobrimos nestes minutos de conversa… ele é um dos mais mediáticos skaters da actualidade e temos a certeza, que apenas levantámos a ponta do véu sobre quem é realmente este skater, para além das habituais vídeo parts e fotografias.

Hoje em dia este skater não consegue dedicar muito tempo do seu dia a skatar, mas mesmo assim continua a mostrar que é um dos melhores skaters da actualidade e puxar pelos seus próprios limites… Chris Cole dispensa mais introduções, disfrutem da nossa conversa com o “Cobra”.

Embora toda a gente sabe muito bem quem és… explica um pouco mais sobre quem é o Chris Cole?

Sou um “rato” do skate que se tornou num skater profissional. Entretanto percebi que queria fazer mais coisas além de andar de skate. Mas o skate é a constante que está presente na minha vida.

De onde é que vem a tua alcunha Chris “Cobra” Cole?

Essa é uma questão interessante! (risos) O meu filho quando nasceu ia receber o nome de Wyatt Cobra Cole, mas no último nome acabámos por lhe dar o meu nome, e então ele chama-se Wyatt Christopher Cole. E quando eu quis escolher um nome também para usar nas redes sociais para me distinguir dos outros Chris Cole’s, decidi escrever Chris “Cobra” Cole. Acabei por gostar muito do nome, e inclusivamente esse foi o pretexto para vários gráficos das minhas tábuas.

Hoje em dia o meu filho ainda acha que se chama Cobra, e acho que mais dia, menos dia, vamos por acabar por lhe voltar a colocar Cobra no seu nome.

Como consegues gerir a tua vida, sendo skater profissional ao mesmo tempo que tens uma família?

Terrivelmente! (Risos) Não é nada fácil. Tens de ter horas marcadas para tudo, a minha vida é uma agenda gigante.

Por exemplo, numa qualquer quinta feira de manhã eu tenho uma entrevista às 10 horas da manhã, mas antes disso tenho de ir levar o meu filho à escola, depois volto para casa trato de uma série de coisas em casa e às 10 horas vou dar a entrevista. Depois então posso ir andar de skate, mas mais tarde volto à escola para ir buscar o meu filho, ou tenho de ir para casa e tomar conta da minha filha… isto para resumir que há sempre algo para fazer, todos os dias e tudo tem de ser minimamente planeado, para que nos tempo livres eu consiga andar de skate e ao mesmo tempo um “family dude”.

O que é que te dá mais pica actualmente, uma viagem como esta do DC Initials Tour, ou uma etapa do Street League?

Eu acho que são coisas diferentes. E para as quais eu tenho “pica” mas de maneira diferente.

Uma etapa do Street League é algo que me entusiasma muito. É uma altura em que eu apenas penso em competir, enquanto que um tour como este é também algo que eu adoro. Mas eu prefiro um tour em que tenho demonstrações todos os dias, do que ir em tour e dar demos em alguns dos dias e noutros skatar na rua.

Eu adoro dar demonstrações e estar perto dos skaters que foram ao skatepark para me ver. Estar com eles, tentar dar as manobras que eles me pedem e tentar ao máximo preencher as expectativas que eles têm de mim.

Uma demonstração para mim às vezes é quase como um campeonato, mas onde eu dou um toque ainda mais pessoal pois quero que quem nos vai ver tenha a melhor experiencia de todas e se divirta tanto quanto nós.

Das coisas que mais gosto de fazer, é skatar com os meus amigos ou então dar demostrações.

Que grandes mudanças tu vês actualmente no skate?

Para mim quase tudo mudou no skate, à excepção do “core” e as razões pelas quais nós andamos de skate.

De resto tudo tem vindo a mudar… as tábuas e os seus shapes, as rodas a maneira de vestir a música… basicamente tudo vai se alterando com o tempo, mesmo o motivo pelo qual andamos de skate.

E no futuro como vês o skate?

Eu acho que o “core” vai continuar a ser como sempre foi, vejo que o skate vai ser ainda mais popular, e provavelmente vão haver mais coisas a vir para o skate que não pertencem às nossas raízes.

Muitas mais pessoas vão andar de skate, provavelmente algumas delas só vão comprar um skate em toda a sua vida, experimentar e skatar algumas semanas ou meses… mesmo que seja uma experiencia curta, eu penso que isso se vai reflectir em mais algum dinheiro que irá suportar as marcas e permitir que elas continuem a investir nos seus skaters.

Conheces algum skater do team nacional da DC Shoes?

Não… acho que não. Bem, para que saibas eu voei sozinho, aterrei há uma hora em Lisboa, e nem faço a mínima ideia quem são todos os skaters que me vão acompanhar neste tour…

Tu também gostas de andar de BMX não é verdade? Como é que explicas isso?

Certo dia eu vinha de um bar com um amigo meu de Filadélfia, que anda de BMX. E ele desafiou-me a fazer um “bunny hop”, pois achava que era engraçado ver um skater a tentar andar de BMX.

Eu não andava de bicicleta desde miúdo, subi para a bicicleta dele e fiz logo um “bunny hop”, e percebi que a bicicleta é quase como um skate embora com uma forma diferente, mas o conceito é quase o mesmo, e foi então que decidi arranjar uma bicicleta.

Tenho alguns amigos que são biker’s profissionais e eu ando com eles. Eles ficaram muito entusiasmados por me ver a andar numa BMX, e actualmente também eles andam de skate comigo. Já fui criticado por alguns skaters por também andar de BMX e com o pessoal das “bikes”, mas acontece que muitos deles respeitam e adoram skate.

Afinal de contas, quase todos nós estamos no skatepark ou nos spots pelos mesmos motivos, apenas andamos em cima de coisas diferentes.

Se não fosses skater. O que pensas que poderias fazer actualmernte?

A música é algo que me atrai muito. Sempre tive “ouvido” para a música, e sempre tive outro sonho além do skate, que era ser guitarrista.

Sinto que se não fosse skater, toda esta sensibilidade e concentração que tenho para andar de skate até nos pequenos detalhes, eu acho que seria capaz de aplicar a mesma determinação e empenho na música.

Sinto que nesta altura da mesma maneira que eu me entreguei ao skate, eu seria capaz de tocar guitarra da mesma forma. Eu não tenho que necessariamente olhar para os meus pés para dar as manobras que dou, da mesma maneira que eu não teria de olhar para as minhas mãos para tocar guitarra.

As coisas estão na tua cabeça e eu apenas mando os meus pés executarem, e é assim que eu penso que as coisas seriam com uma guitarra na mão.

Já tens alguma expectativa criada, relativamente ao que vais encontrar em Portugal para skatar?

Eu não vi quase nada sobre Portugal. Apenas vi alguns vídeos do Tom Asta a skatar em Portugal. Eu adoro ver o máximo de vídeos de skate, mas isso é algo que raramente tenho feito nos últimos anos, por causa da minha vida sempre muito preenchida sobretudo com a família.

Isso é algo que eu quero ver se recomeço a fazer o mais brevemente possível. Pois adoro ver vídeos para ganhar “pica” para ir skatar.

Antigamente quando vivia numa casa com mais skaters, era o que fazíamos quase todos os dias, ver vídeos e ir andar de skate, não faço isso há anos e tenho saudades.

Acabei de descarregar…hummm quer dizer, descarreguei mas comprei, alguns vídeos da FLIP, de modo a poder ver as “parts” do Geoff Rowley, que é uma das minhas maiores inspirações, e vai ser o que eu vou ver aqui todos os dias antes de sairmos para a rua.

Estou muito contente por estar aqui em Portugal, pois actualmente são muito poucos os dias inteiros que eu tenho para andar e me concentrar só em skate. Simplesmente estou cheio de pica!

Vamos terminar agora a nossa conversa… queres dizer alguma coisa aos skaters Portugueses?

Disfrutem todos os momentos que tem no skate agora, pois quando olharem para trás, isto é quando já tiverem 30 ou 40 anos, vão olhar para trás e recordar estes momentos que estão a ter agora com os vossos amigos a skatar.

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