Se querem saber o que é um “real street skater” este é sem dúvida um dos melhores exemplos. O Wes Kremer é um “gajo” simples, e para ele pouco mais importa, que andar de skate e dar longos passeios na praia ao pôr do sol… o DC Initials tour em Portugal já terminou, mas ficaram uma série de registos da sua passagem. Disfrutem da conversa que tivemos com ele…
Antes de mais consegues explicar aos leitores da ONSK8 quem é o Wes?
Sou um “skateaholic” de 24 anos e adoro viajar. Estou a adorar estar aqui em Portugal, menos da chuva que cai lá fora… sou um tipo descontraído, gosto de vinho, adoro cerveja e passeios longos na praia(risos)… acima de tudo gosto de me divertir.
Antes de mais temos de te dar os parabéns por esta fantástica vídeo part que acabaste de lançar com a DC Shoes. E o que gostávamos de te perguntar é quanto tempo gastaste para conseguir todo o footage que aparece no vídeo?
A maior parte do footage que viram no vídeo, foi reunido em 3 anos e muitas viagens, maior parte delas com a DC. Muito deste footage é o que reuni depois da minha última vídeo part.
Quando estás a skatar para um objectivo como esta vídeo part, sentes de alguma forma pressão ou encaras cada missão com naturalidade?
Tudo depende se metes ou não pressão em ti próprio… para mim há uns anos atrás eu colocava pressão em cima de mim, alguma dela desnecessária e acabava por vezes por me aleijar e não conseguir completar as coisas.
Hoje em dia limito-me a andar de skate, não vale a pena ir num determinado dia para um spot com um plano muito determinado, pois o dia pode não ter para ti o que esperas dele… actualmente vivo cada dia como ele é e aproveito-o da melhor maneira.
Pelo que vamos vendo e lendo sobre ti, para ti o skate é a rua… o que gostaríamos de saber é se consideras levar a competição mais a sério e quem sabe tentar entrar em etapas do Street League ou X-Games?
Humm… honestamente eu gosto de manter-me a skatar na rua. Já me obriguei a tentar entrar no Street League nos últimos dois anos, tentei me quaificar e ainda acabei por me aleijar e a perguntar-me a mim mesmo…
-o que vim aqui fazer!?
Pessoalmente eu respeito a competição e quem compete, porque eu vou lá e não consigo estar no cimo de uma plataforma ou seja lá o que for, ter um “gajo” à minha frente que me diz me com sinais se posso ou não avançar… mas pessoas como o Cole e o Nyjah conseguem e eu respeito-os mesmo muito por conseguirem skatar debaixo de tanta pressão.
As coisas para mim não são assim, e se vou a uma competição eu quero é me divertir.
Já conheces alguém do team nacional da DC? O que pensas deles?
Eu já conheço o Thaynan à algum tempo, e adoro estar com ele! Ontem vi o Jorge Simões a andar e “passei me” com ele… ele estava a tentar uma line e deu logo à primeira… depois o seu 360 flip é muito sólido e com muito estilo… ah e não falha um!
Aparte desta video part que acabaste de lançar, há mais alguma para sair em breve?
A SK8MAFIA está a tentar fazer um video novo, e estamos a contar que saia para o ano que vem… pelo menos estamos a tentar, e estamos totalmente operacionais nas ruas. Se tudo correr bem é isso que vai acontecer.
Continuando a falar sobre a tua última video part, reparámos que usaste uma música dos anos 90… pessoalmente também gostamos mais do que é dessa altura… mas conta-nos, o que podemos encontrar nas tuas playlists?
Vocês sabem bem como é… e cresceram a ouvir essa música. Honestamente para mim o Rap feito nos anos 90, foi o que me atraiu e me levou a ouvir Rap. Hoje em dia ainda se faz boa música, mas nada como a que se fazia nessa altura. Maior parte da música dessa altura era “samplada” de discos antigos de blues e jazz como os álbuns do Guru & Jazzmatazz, que considero mesmo muito boa música e muito agradavel para os teus ouvidos. Hoje em dia acho que o Rap já começa a ser muito “club music”. Não tem mal em ser assim, mas acho que os músicos não estão ser criativos e estão mais a ir uns atrás dos outros e a seguir muito as tendências.
Consegues nos descrever um pouco como foi o teu primeiro tour?
O meu primeiro tour, foi uma viagem com a SK8MAFIA, em 2004 e eu tinha 14 anos. Éramos 11 ou 12 pessoas numa autocaravana a viajar pelo centro-oeste dos Estados Unidos no meio do verão se mar condicionado, e todos os dias tínhamos de estar em algum lugar e dar uma demo. Foi essa viagem que me introduziu a este estilo de vida que tenho hoje.
Cada cidade onde tínhamos de passar, estavam quase sempre separadas por uma distancia de pelo menos 6 a 8 horas de viagem. O dia era quase todo passado a andar de carro, a beber e a fumar. Não tenho viagem mais nenhuma que se compare a esta, e era mandatário chegar à próxima cidade e dar uma demo para ter o dinheiro necessário, para mais um dia de viagem. Cada um ganhava cerca de 100 dólares, que dava para pagar o quarto de hotel, o combustível, cerveja e talvez para um pouco de pizza de 5 dólares, mas foi a melhor viagem da minha vida… andávamos sempre “falidos” e tudo era um verdadeiro imprevisto, mas todos os dias havia uma nova história incrível, desde as minhas primeiras idas a bares, ou a perder a virgindade na parte de trás da caravana!
Para terminar, tens alguma coisa que queiras dizer os skaters portugueses?
Pessoal continuem a skatar! Ontem fui aqui a um skatepark e conheci uns locais e adorei estar com eles. O pessoal aqui tem boa onda. Continuem nas ruas, vão à praia, acima de tudo desfrutem a vida!
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