Para aqueles que começaram a andar de skate no início dos anos 90, Tom Knox é um dos nomes incontornáveis da altura e um dos grandes skaters do team da Santa Cruz uma das emblemáticas marcas da altura e das poucas a ser distribuída em Portugal. Os seus pro-models foram muito familiares para todos os skaters nacionais dessa época, e o Tom era sem dúvida um ídolo para muitos de nós.

Tom Knox não vem da região de Los Angeles como a maioria dos skaters daquela época, embora californiano, Tom é de Visalia uma cidade no centro deste estado. A viver longe da costa, aos 12 anos o skate foi uma grande descoberta, e ainda hoje aos 46 anda com grande forma.

O judo sempre fez parte da sua vida, uma vez que começou a treinar aos 4 anos, e como tal este skater garante que é uma grande base para se ter tornado num grande skater. Mais tarde quando a sua carreira de skater já estava lançada, Tom troca o judo que treinava regularmente pelo Jiu Jitsu e hoje me dia é lutador e treinador de alguns dos melhores atletas da modalidade nos estados unidos.

Esta foi a quarta vez que Tom Knox veio a Portugal, e graças a um perspicaz colecionador de autógrafos para as suas tábuas old school, fomos capazes de passar algum tempo com ele mostrar mais sobre a realidade do skate nacional na zona de Lisboa.

Entrevista: João Ferreira

Tom Knox

Idade 46

residência – Visalia Califórnia

patrocinadores – Santa Cruz, Independent e Moya Brand

Antes de começarmos, queremos te dar a boas vindas mais uma vez a Portugal, é sempre um enorme prazer e esta é a tua quarta vez certo? O ano passado também estiveste cá nesta altura, e as outras duas vezes foi durante os anos 90, em 1990 e 1995 é isso certo?

Sim. A minha primeira viagem a Portugal foi com a Santa Cruz aqui a Lisboa em 1990 e a segunda foi com a SONIC em 1996 ao Porto, o ano passado regressei a Lisboa mas para competir na categoria open dos europeus de Jiu Jitsu.

Fala-nos um pouco das tuas viagens a Portugal e o que te mais cativou aqui.

Sempre gostei muito de Portugal e por diversas razões, mas sobretudo pelas pessoas, pelo clima, a comida e as praias claro. Agora vejo que Portugal mudou muito e para melhor sobretudo os skateparks e quero se possível voltar cá todos os anos nem que seja para comer pastéis de nata!

Há quanto tempo andas de skate?

Já o faço à 34 anos.

BS transfer nosegrab

BS transfer nosegrab

O que é que te levou a andar de skate?

Comecei a andar de skate com 12 anos era o ano de 1983, e tudo se deve a haver uma rampa na minha rua. Comprei uma tábua usada a um amigo e desse dia em diante nunca mais parei. Nunca na minha vida pensei que poderia ser profissional e as coisas simplesmente foram acontecendo.

E como foi que a Santa Cruz apareceu no teu caminho, e há quantos anos és patrocinado por eles?

Entrei para a marca quando tinha 16 anos, conheci o Jason Jessee devido a ele vir andar na nossa rampa e passar lá muito tempo. Foi graças a ele que entrei para a marca como flow rider, um ano mais tarde meterem me como amador… já estou com a SANTA CRUZ à 21 anos.

Tu tens uma história muito engraçada por causa do teu primeiro pro-model a “fire pit” certo? Ninguém contava que tu pudesses vencer o campeonato, estava tudo à espera que fosse o Eric Dressen um dos teus grandes amigos, podes contar como tudo se passou?

Sim foi isso, tinha acabado de me tornar profissional, numa competição de street em Chicago, todos achavam que o Eric ia vencer e se iria tornar pela segunda vez campeão mundial uma vez que era também um dos principais nomes naquela altura senão o principal mesmo…para mim era mesmo e um grande amigo também. Eu apenas estava a competir para me divertir e acabei por dar manobras que nunca antes haviam sido tentadas, como foi o caso do kickflip para wallride. Esse campeonato acabou mesmo por influenciar muito o street skating.

BS Rock n'Roll

BS Rock n’Roll

Foram manobras como essa que revolucionaram o street por completo, concordas?

Sim, eu dediquei me a desenvolver manobras com “flips” durante anos, eu apenas queria evoluir e tentar ser diferente daquilo que os outros estavam a fazer. A rampa de saltos e os “street plants” já não estavam a ser positivos para a evolução do skate.

No teu auge enquanto skater as coisas eram diferentes de hoje, como vês o skate hoje em dia?

Não era tão sério como é agora. Dantes quando vias um skater vias um potencial amigo. Hoje em dia o skate é muito popular e há muita gente que não conheces nem fazes ideia quem é… mas continua a ser skate e é isso que é fantástico!

O que é que te continua a inspirar para andares de skate, quais são as tuas influências?

Hoje em dia só me foco na diversão e andar com bons amigos. Não me interessa mais ser o melhor, só mesmo a diversão em estar em cima do skate.

Qual das tuas vídeo parts a que mais gostaste de filmar?

A do “Speedfreaks”(Santa Cruz), que representava na perfeição como era o dia-a-dia naquela altura.

BS Ollie

BS Ollie

Como foi voltar a filmar uma vídeo part para o “Right to Exist” tanto tempo depois do teu auge enquanto pro-skater.

Adorei! Foi espetacular poder skatar com os novos skaters e ter a noção de como tudo é diferente e como andam mesmo muito, eu não tinha nada a provar mas de qualquer das formas deu para sentir que ainda sou capaz.

Fala um pouco sobre o teu outro lado e como foi que te tornaste lutador de Jiu Jitsu.

Comecei com o Jiu Jitsu em 1998, foi uma transição do meu treino de Judo. O skate e o Jiu Jitsu são muito parecidos e eu recomendo a todos os skaters para experimentar. Hoje em dia dedico a maior parte do tempo ao Jiu Jitsu, sou lutador e também treinador. Quero tentar vir a Portugal sempre que possível para competir e andar de skate!

Comentários

Os comentários estão fechados.