Este “jovem” tem um parafuso a menos! Para quem não o conhece vai achar que estamos a exagerar, mas quando o acompanharem numa skatada de rua, rapidamente nos vão dar razão! Não porque o Duarte tenha mesmo um problema de insanidade mental, mas porque a sua coragem e vontade de se atirar a spots grandes não é mesmo uma coisa normal. O Duarte vem da Linha do Estoril e vem com a determinação toda para ser alguém no skate, por vezes o complicado é acompanhar o seu ritmo e por aí vemos parte da sua atitude. Esta é a primeira entrevista da ONSK8 na versão online e ao ritmo que este skater produz material, certamente que do “Pombo” não vai ser a única.

Explica aos que começam agora a ler esta entrevista e não te conhecem. Quem é o Pombo!?

O Duarte Pombo é um jovem de 20 anos, que mora junto á praia em Carcavelos e neste momento não faço muito mais da vida senão andar de skate!

Há quantos anos andas de skate e como foi que tudo começou?

Ando de skate, mais ou menos à oitos anos, e tudo começou quando o Luís Paulo começou a dar aulas de skate na minha escola da altura que era os Maristas em Carcavelos. Na altura eu andava no sexto ano. Com as aulas de skate e a ajuda dele comecei a dropar as rampas entretanto entusiasmei-me com aquilo, pedi um skate aos meus pais e eles deram-me. Na altura também havia alta febre do skate à conta dos Morangos com Açúcar, comecei a skatar com amigos e até hoje nunca parei.

Descreve como é para ti um dia normal.

Por norma acordo cedo, aí por volta das 8 horas. Vou ter com a malta ao Centro da Juventude e por lá vou passando o meu dia, se não estou a andar de skate vou ficando por lá a conviver com o pessoal. De um modo geral os meus dias ultimamente são passados lá, até a pausa do almoço é lá passada.

Hardflip

Hardflip









































Como vai a vida de estudante? Ou não andas a estudar? A escola para ti é um assunto arrumado?

Não nada disso! Eu já terminei o 12º ano sem chumbar uma única vez. Entretanto consegui entrar na faculdade de ciências no curso de Física, mas congelei a matrícula. Neste momento estou a fazer uma pausa nos estudos, para investir no skate e ver como é que correm as coisas. Daqui a uns tempos vejo como as coisas estão a correr …se derem certo espero continuar a skatar. Senão regresso aos estudos.

Quem são os cúmplices das tuas skatadas e por onde é que costumam andar?

Os cúmplices do costume é praticamente todo o pessoal que anda no CJ, o Rodrigo Albuquerque, o Ruben Rodrigues o pessoal da Reality Slap… sobretudo com o pessoal da linha.

Em quem é que te inspiras e ganhas pica para skatar. Tanto aqui em Portugal como lá fora.

Nacionais o meu skater preferido é o Ruben Rodrigues que desde puto que curto bué dele, tem mesmo alto style a skatar. E lá de fora o que eu gosto mais é o David Gonzalez porque é alta “thrashalada”, atira-se a grandes corrimões e eu fico com pica a ver aquilo, e também me apetece tentar, na onda do ou dás ou morres!

FS 50-50 all the way!

FS 50-50 all the way!

Nos últimos tempos temos andado bastante tempo juntos, e acredita que para nós não é fácil de acompanhar o teu ritmo. Por ti começamos a skatar as 9 da manhã e só parávamos as 9 da noite. Onde é que vais buscar essa pica toda?

Não sei ao certo. Mas eu quero ao máximo ter um futuro no skate, e estou mesmo fixado nesse objectivo. Eu adoro andar de skate e ando cheio de pica ultimamente. É complicado responder a isso, mas o mais importante é que ando bastante motivado.

Tens um apetite enorme por skatar obstáculos grandes, sobretudo gaps escadas e corrimões. Como caracterizas o teu estilo de skate?

Acho que a resposta a isso é que adoro sentir a adrenalina, primeiro sinto medo quando o spot é grande e sei que me vou atirar a ele, mas gosto de enfrentar os meus medos e se consigo aterrar a manobra então é mesmo uma grande sensação, tanto pelo facto de me atirar mas como ter sido capaz de concretizar.

O teu objectivo para o futuro é simples, queres viver do skate. Como é que pensas lá chegar e quais são os teus planos?

Eu acho que esse objectivo tem de ir aos poucos, agora eu não me posso é desviar dele. Estou a investir o meu tempo em filmar e fotografar o mais que posso, tentar montar uma vídeo part, e ver se isso me vai dar alguma visibilidade, tanto cá como lá fora. Além disso espero fazer umas competições lá fora, que também são importantes.

BS Flip...hardway

BS Flip…hardway

O pombo do antigamente que andava de capacete cresceu, e certas coisas mudaram provavelmente…o que mudou para ti, até então?

Sei lá! Mas eu acho que não mudou assim grande coisa. A grande diferença é que dantes, eu passava a vida no skatepark e o que ali aprendi, transporto para a rua . Quanto ao capacete hoje em dia acho que é um bocado foleiro mas na altura até deu jeito!

E se os teus planos com o skate não derem certo. Que alternativas pensas ter?

Por agora é nisto que eu penso, andar de skate e chegar o mais longe que conseguir. Se não der certo, volto a estudar. Embora eu tenha entrado no curso do física, a área que eu gosto mesmo é a da psicologia e se tiver que voltar a estudar é esse o curso que gostava de tirar, e trabalhar na área. Mas uma coisa é certa, aconteça o que acontecer não vou desistir de andar de skate. Mas vai dar certo, eu quando quero uma coisa consigo!

E miúdas nada!? És mais um, daqueles que prefere ter uma relação platónica com o skate?

Eh pá! De miúdas a coisa não tem andado muito fixe ultimamente. Também como já não ando na escola e passo a vida no centro da juventude é normal. Lá não param miúdas, e as que lá param são as namoradas dos outros. Por isso não dá para me fazer ao piso. As miúdas querem mais é praia e surfistas. Lá fora nos campeonatos é que aparecem altas gajas…

FS Smith

FS Smith

Qual foi para ti a melhor e pior experiencia relacionada com skate e porquê?

A melhor cena no skate é quando vives obcecado por dar uma manobra num spot, por vezes levas grande baile do spot, mas quando levas a melhor é alta sensação.
A pior que me lembre talvez foi partir uma perna, mas pior ainda foi partir uma unha, pois é uma dor que só se passares por isso é que vais saber.(risos)

Viajar e competir lá fora achas que é importante?

Acho que é muito importante, uma vez que o nível lá fora e as pessoas são diferentes. Para mim é alta pica sair daqui conhecer pessoas e lugares novos e ver o nível de skate deles , pois não posso apenas me comparar com o nível de skate daqui. Se queres ir longe no skate não podes olhar para o que se passa só aqui, pois aqui as probabilidades de ter futuro no skate são muito poucas.

Se pudesses escolher outro lugar para morar, qual seria a tua escolha e porquê?

Eu gosto mesmo é de estar aqui em Portugal, sinto mesmo muito bem aqui. Mas pelo que vejo os Estados Unidos é muito fixe para skatar mas acho que a policia lá chateia muito. Barcelona parece ser cidade ideal, uma vez que andam sempre por lá muitos skaters, além disso tem alta cultura, grandes spots e gajas giras e é uma cidade que parece que a cidade está sempre em festa. Ainda não fui a Barcelona é alta falha, tenho que lá ir o mais cedo possível.

Flip shifty

Flip shifty

Vamos tocar aqui naquele ponto que aqui em Portugal tem sido sempre muito contestado, os patrocínios. Achas que és daqueles q skata a pensar que vai ser patrocinado e receber reconhecimento dos outros. Os és daqueles que andas de skate para te divertir e vais vivendo com o que o skate te proporciona?

Eu ando é de skate é para me divertir, senão nem andava de skate. Mas também me quero esforçar ao máximo no skate e conseguir patrocínios para fazer da minha vida só o skate e conseguir andar sem restrições. É por isso que me interessa ser patrocinado. Vou ás competições por uma questão de dar retorno aos patrocínios, porque prefiro mais skatar com o pessoal por ai á procura de spots e produzir imagens. Mas a competição faz parte dos meus compromissos e se quero chegar mais longe a competir também é importante, além disso na competição também fixe, tá lá a malta toda é alta diversão!

Estás prestes a perder o teu patrocinador principal, como é que te sentes em relação ao que se passou? Já existe algum plano B?

Não por enquanto não tenho nenhum plano B, a QUIKSILVER vai abandonar o skate a nível mundial. Não tendo um patrocinador de roupa, vou usar a roupa que conseguir dos meus outros patrocínios como a FALLEN e a DARKSTAR. Não vejo a perca deste patrocínio obrigatoriamente como uma desmotivação.

Flip FS 50-50

Flip FS 50-50

































E a nível familiar, qual é a posição da tua família perante o skate e os teus planos? Eles apoiam-te?

A minha família tem sido impecável, tem me apoiado imenso, o meu pai sempre me acompanhou muito mesmo quando as competições eram lá fora. Já fui com a minha família a Amsterdão, foram eles que me acompanharam ao Wild in the Parks em 2008. Já me acompanharam também várias vezes a Vigo ao Marisquino, apoiam me mesmo imenso. Apenas estão um bocado preocupados pois querem que eu estude também, para que tenha alternativas no caso das coisas com o skate não darem certo. No geral tenho muita sorte em ter os pais que tenho.

Estas vão ser as tuas últimas palavras da tua entrevista, aproveita para dizer o que quiseres e a quem queres, ou então cala-te para sempre!

SKATE OR DIE! Muito obrigado á minha família, aos meus amigos, ao meu cão, á minha cadela e a toda a gente que sempre me apoiou e aos meus patrocínios que são a FALLEN, DARKSTAR, SAMPLE SKATE SHOP e QUIKSILVER. Quero agradecer à ONSK8 por esta oportunidade, ao Ruben e ao Rodrigo por me darem alta pica para skatar e pronto é isso.

Comentários

Um comentário a “ONSK8ER#01 | DUARTE POMBO”

  1. É assim mesmo. O que alguns dizem ser loucura nós dizemos que é paixão.