Parece que o Marcelo Plácido e o Bowl da Ericeira, foi amor à primeira vista, cuja relação tem vindo a evoluír cada vez mais.
Com apenas 15 anos de idade é a nossa grande promessa no que diz respeito a skatar transições, e ninguém fica já indiferente a este skater, visto que mostra se dedicar quase exclusivamente às transições uma vez que tem condições de luxo mesmo ao pé de casa.
Na consversa é de poucas palavras mas durante a duas sessions que fizémos com ele, mostra que mete a conversa em dia quando pisa o skate e “dropa” o bowl.
A evoluír desta maneira queremos daqui a um par de anos voltar à conversa com ele, e também captar os seus voos que devem estar lá para as alturas.
Então apresenta-te à malta!
Sou o Marcelo Plácido, tenho 15 anos, sou da Ericeira e adoro andar de skate.
Conta-nos o que é que andas a fazer da tua vida?
Ando de skate quase todos os dias, faço surf e body board… estudo, de vez em quando dou umas corridas para manter a forma e claro estar com os meus amigos.
Explica lá, fazes surf e body Board? Vais com as duas pranchas ao mesmo tempo para dentro de água é isso?
Não! (risos) De vez em quando faço surf, noutras bodyboard, é conforme o estado do mar, quando está maior vou com o Body Board.
A verdade é que deveríamos estar a falar de Skate e não de ondas, mas não achas um bocado estranho andares deitado na água e enquanto o surf é skate mas dentro de água?
Ya! (risos) Bué pessoal me diz isso, mas o body board é mais fácil e divirto me mais no body board.
Então e voltado ao “cerne da questão”, como é que começaste a andar de skate?
Comecei quando este skatepark abriu, vim cá pela primeira vez, e fiquei logo super interessado, depois disso voltei cá umas quantas vezes, até a minha avó eu a arrastei para aqui, e olha… acabei viciado nisto.
Tu és um skater que só te vemos a skatar transições, e street n tens interesse?
Eu também dou umas voltinhas no street, não é só transição, mas as transições são mais a minha onda, é o que me dá mais prazer e acho que é isto mesmo a minha onda.
Como é que chegaste à conclusão que a tua preferência era mais as transições?
Não sei explicar muito bem, mas a verdade é que o skatepark da Boardriders, é quase todo ele transições, e provavelmente isso foi uma influencia directa no que sou e no que me divirto mais a skatar, ao mesmo tempo comecei a ver alguns vídeos, sobretudo parts do Collin McKay e isso deu me uma motivação especial para querer skatar transições.
Também optaste por começar com aulas de skate, podes explicar porquê?
Eu e um amigo meu o Klaus, decidimos ir para as aulas de skate, porque vimos alguns amigos nossos a evoluir mais e estavam a aprender com o Diogo Osório. O Diogo já era nosso amigo e acabámos por começar a ter aulas também, o que acabou por puxar mais pela malta e a nossa evolução.
Se não tivesses este bowl fantástico ao pé de casa, onde te vias a andar de skate?
Se não houvesse este bowl provavelmente nem andaria de skate acho eu.
E fazias body board então… é isso?
Ya!(risos)
E o que é que tu andas a estudar?
Fui agora para turismo, entrei para a Escola em Mafra e vou para o 10ª ano.
O que pensas fazer no Futuro?
O curso que vou fazer não tem nada a ver com o que eu gostaria de fazer no futuro. O que eu quero é ir para as operações especiais, quando tiver 19 ou 20 anos, e gostaria de sair do país e ir para a América.
Então e na América… o que queres lá ir fazer?
Quero ir andar de skate.
Então… mas porque é que queres ir para as operações especiais, se queres ir para a América andar de skate?
Porque é uma cena que eu curto mesmo bué!
Então deixa ver se entendemos… queres ser skater e ir para a América, mas as operações especiais é o teu plano B é isso?
Ya! Se com o skate não conseguir ganhar dinheiro, então quero ser militar.
Então, não acreditas que em Portugal dá para ser skater profissional, especialmente se fores um skater de transições é isso?
Tenho a consciência que não.
Sentes que faz te falta alguma coisa para skatar, uma vez que as condições que tens são excelentes para evoluir?
O que eu sinto mesmo falta, é de haver mais pessoal a skatar bowls. Deveria haver uma comunidade de bowl e vert, que não existe.
Tens consciência que este bowl tens umas dimensões generosas, e é um tanto ou quanto intimidante, sobretudo para o pessoal que não anda em transições. Achas que há alguma formula para o pessoal de habituar a estas dimensões?
Na verdade, acho que não existe segredos. Acho que o melhor é não pensar muito e deixares te ir, porque isto é grande mas não é nada de outro mundo. Se andares as manobras a pouco e pouco vão começar a sair.
Achas que as protecções fazem sentido aqui?
Claro! O pessoal encara as cenas das protecções como uma coisa que te tira o estilo todo, e é o contrario, elas dão te segurança e isso ajuda te a evoluir e a ter mais confiança, uma vez que a altura do coping aqui é grande.
Até hoje, qual foi para ti o momento mais fixe enquanto skater?
Foi quando comecei a passar o coping, e a dar os meus primeiros voos, quando estes já eram consistentes e bastante fluídos. Acho que foi aí que senti mesmo que o skate é mesmo a minha cena e espero que seja para sempre.
O ano passado recebeste um convite para durante alguns dias ires skatar o “half”, onde o Tony Hawk veio dar o “show” dele, e acabaste mesmo a skatar com eles, conta lá como foi essa experiência.
Pá aquilo é gigantesco, e o primeiro dia foi um bocado assustador… quer dizer, o primeiro dia e o resto da semana. Claro que de dia para dia me ia habituando mais à rampa e foi sempre a evoluir. Se a rampa tivesse cá ficado mais um mês ou mesmo para sempre é claro que era sempre a evoluir.
E a experiência de skatar com eles foi boa?
Sim mas eles não convivem lá muito, pelo menos com a gente, mas valeu a pena estar ali de perto a vê-los andar, estão noutra dimensão e andam mesmo muito.
E onde é que gostarias de viajar para skatar?
Como já disse à América que tem parks do mais perfeito que há, ao País Basco que tem altos bowls.
E já viajaste até a algum lugar para skatar?
Sim, já estive em Espanha durante uma semana para skatar e assistir ao Bowl-a-Rama. Foi alta viagem com grande convívio entre o pessoal e altos parks onde andámos.
Por viveres na Ericeira sentes alguma desvantagem, relativamente aos skaters da cidade?
Só por causa de o pessoal estar mais concentrado especialmente em Lisboa, e além dos locais o pessoal só aprece mais aí quando há competições.
Quem são os teus skaters favoritos, lá de fora?
Sem dúvida o Tony Hawk e o Raven Tershy.
E de cá de Portugal?
De cá é o BP, tem alta pica!
E a tua família como é apoia-te incondicionalmente no skate?
Sim sem dúvida, estão sempre a apoiar.
Qual é a manobra que te tira o sono e ainda não consegues dar?
Sem dúvida o McTwist, é o meu sonho rodar isso.
E já andas a tentar dar isso?
Sim já ando a tentar mas é uma rotação muito estranha, espero que um dia se faça luz.
E diz lá outra cena… já impressionas aí as “fanecas” a skatar ou só tens olhos para a parte de dentro da rampa?
Não sei… elas ainda não me deram a dica, mas às tantas já impressionei uma ou outra só que não me disseram nada com vergonha. (risos)
E tu já dedicas manobras a algumas, ou não queres saber de dedicatórias para nada?
Para já prefiro ficar calado e a andar de skate. (risos)
Se não andasses de skate onde estarias agora?
Provavelmente na praia a surfar com os meus amigos.
Quem é que tu achas que na tua opinião, poderá vir a seguir a tua cena?
Há aqui neste skatepark alguns miúdos, que andam a skatar desde muito novos e tem sido bem acompanhados com hipóteses de evoluir, para mim o Nim Rod é o miúdo que tem mostrado mais pica e boa evolução, pelo que vejo e por ser ainda muito novo.
E dos mais velhos, que é que tu admiras mais?
Provavelmente quem eu admiro mais é o Clive, primeiro pela idade e pela pica que ele tem, e depois pela dedicação dele a este bowl, pois é ele que cuida disto mesmo pagando do bolso dele. Isto até parece que é como um filho para ele e cuida bem disto muito para nós.
E claro o Diogo Osório, enquanto skater e também por me ter ajudado a evoluir.
Dava jeito um patrocínio ou não?
Ao contrario do street, tu aqui não gastas tanto o material, sobretudo as tábuas, mas protecções partem-se bué e os ténis também se lixam muito, pois quando cais, normalmente vens de joelhos e os ténis com a parte de cima sempre a raspar.
Quais seriam as marcas que mais gostarias de representar?
Element, DC Shoes, Bones e Independent.
Estamos a começar a chegar ao final desta conversa, queres dizer alguma coisa à tua audiência?
Façam o que vos vai na cabeça, e quando acharem que não conseguem façam à mesma.
Queres agradecer em alguém em especial.
Sim quero fazer um agradecimento especial sobretudo ao Diogo Osório, por tudo o que ele fez por mim, foi uma ajuda mesmo muito importante, e também à minha família e aos meus amigos.
Comentários
Um comentário a “ONSK8ER#07 Marcelo Plácido”
Hello there,
I’m the architect that designed the bowl (www.hall04.net).
I’d like to get a copy of those nice photos please.
Could you just send them to me? or put me in contact with the photographer?
Obligado.
J.Baptiste