Escrevo este artigo deixando de lado o facto do Tomás Fernandes ser dos meus melhores amigos e das melhores pessoas que habitam neste Globo que flutua no espaço chamado Terra. O que torna escrever sobre um trabalho dele uma tarefa difícil, porque sinto que qualquer coisa que possa dizer pode soar a ser tendencioso. Mas qualquer pessoa que veja este apanhado de Skatada de amigos e família, se não sente que há aqui um amor puro e verdadeiro ao Skate, está mesmo com o radar avariado.

Com nomes como Matheus Santos, Marcos Madruga, Alex Furtado, Joaquim Fernandes, Patrick Costa, Duarte Gaivão, entre outros, este REDO I ou seja, Parte I, é mesmo uma Edit de amor aos amigos e à colecção de momentos de um tempo que nos lembraremos num futuro distante. Ficam registadas as skatadas, as palavras, os momentos que ilusoriamente achamos que nunca se esvairão.

E talvez não, porque os registamos para sempre pelas lentes de uma câmara de alguém que dedicou o seu tempo e que por iniciativa de pessoas como o Tomás e tantos outros, fazemos os nossos amigos brilharem. É preciso carácter. É preciso respeito. É preciso amor puro e duro, de Skate na veia e de sangue no chão e de um arquivo de trabalho irrepreensível. Se conseguíssemos ao menos ver isto, o quanta diferença faz sermos assim uns para os outros. Se fomos abençoados pelo que a New Deal chamou de Useless Wooden Toy num dos seus intemporais vídeos de Skate, porque não sermos a nossa melhor versão e explorar o nosso mais profundo potencial para fazermos um trabalho digno de registo para com os nossos amigos? Ver à frente não é para todos.

Especialmente quando se consegue ao mesmo tempo, apesar de se ver mais à frente, viver o momento. E a melhor generosidade que podes dar ao futuro é entregares tudo ao presente. Foi o que o Tomás fez aqui, sem bullshit, sem apoios, sem dinheiro. Apenas com tempo, talento e amor. Não precisamos de mais para fazermos os outros sorrirem. Sejam mais como ele.

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